Para inaugurar a seção “Ciclismo, Saúde e qualidade de vida” aqui no site do LabFab, nada como viajar no tempo, mais precisamente para 1891, e contar como o ciclismo começou a ser indicado na promoção da saúde.
Imagine-se na França em 1891, acompanhando a primeira edição da prova de Ciclismo Paris-Brest-Paris (P-B-P). Todos os holofotes votaram-se para o ciclista Charles Terront de 34 anos, que forma brilhante pedalou aproximadamente 1.207 km (aprox. 750 milhas) em menos de três dias. Indiscutivelmente Terront escreveu seu nome na história.
No entanto, caro leitor, eu quero levá-lo para quase 4 dias após a chegada de Charles Terront. Conseguem ver…? Sim…, vejo um senhor se aproximando com sua bicicleta! Nossa, é o senhor Rousset de 56 anos completando a distância P-B-P após seis dias e meio pedalando. Uau…[aplausos]. Embora longe dos holofotes, o senhor Rousset também realizara um grande feito pedalando tal distância, haja vista que para a época, era quase que impensável um cidadão de 56 anos pedalar tanto.
Mas qual a explicação para o senhor Rousset ter tanta saúde para pedalar desta maneira? A explicação viria do Dr. Richardson (médico, ciclista e defensor do uso da bicicleta na melhoria da saúde) que trabalhou em conjunto com o senhor Rousset.
Segundo o Dr. Richardson, o ciclismo era um dos melhores métodos que a Ciência moderna havia criado para oxigenar o sangue. A força exercida pelos membros inferiores aumentava o fluxo sanguíneo, estimulando diferentes órgãos, como por exemplo, o fígado, o intestino, e os pulmões, os quais, auxiliavam na eliminação das toxinas do organismo através da expiração, melhorando assim a saúde do indivíduo.
Curiosamente na época, uma das formas de analisar a saúde de um indivíduo era através da cor da pele e dos lábios. Geralmente, um cidadão comum de 50 anos tinha a pele pálida e a cor dos lábios azuis, indicando sangue pobre em oxigênio. Mas quando esse cidadão se tornava ciclista, os efeitos na melhora da saúde eram logo notados através da mudança na cor de sua pele e lábios, os quais ficavam mais avermelhados, indicando sangue rico em oxigênio.
Ainda de acordo com o Dr. Richardson, “…o ciclismo não proporciona apenas saúde, mas também felicidade. Felicidade que uma vez sentida, é preservada”. Além disso, naquela época, o Dr. Richardson, que falava que o Ciclismo era uma Arte, já tinha observado outros efeitos benéficos do Ciclismo, como por exemplo, pernas mais fortes, corpo e mente mais saudáveis, e melhor capacidade de raciocínio e aumento do vigor nas atividades da vida diária. Importante destacar que tais benefícios são e/ou estão sendo comprovados atualmente pela Ciência.
Por isso, deixo aqui meu muito obrigado a todos esses benfeitores que fizeram com que a Arte de pedalar se tornasse algo tão importante para a Sociedade.
Referência Bibliográfica
O texto acima foi criado por Pinheiro, F.A. (2021) com base no artigo: Cycling and Health publicado em The Hospital a Weekly Journal of Science, Medicine, Nursing, and Philanthropy. Vol. X. – Nº 261, Sept. 26, 1891.